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Foto do escritorProjeto Gondwana

Seleção brasileira - Jogada pela educação

Atualizado: 20 de set.




O futsal é um esporte que nasce nas escolas da América Latina, particularmente Uruguay e o sul do Brasil na época da primeira Copa do Mundo de Futebol de 1930.


Um professor observou que as crianças jogavam futebol em quadras de basquete e idealizou um novo esporte. O futebol de salão.


Hoje é o esporte mais praticado do mundo, e vive um processo de reivindicação da modalidade, lutando por autonomia e libertação.


Assim como o futsal, como hoje é conhecido, a gente procura, e luta dia a dia por construir uma sociedade diversa, inclusiva, resiliente e multicultural, então convidamos entrar em quadra a nossa seleção brasileira de pensadoras e pensadores que vestem a camisa Ancestralidade, ginga e resiliência do time Gondwana FC (@gondwana.fc) para fazer parte da Jogada pela Educação.


A educação pode ser divertida, e com esse time de craques entramos para conectar, colaborar e construir uma jogada que empodere os territórios utilizando narrativas críticas, criativas e decoloniais.


Fizemos um trabalho de pesquisa para contribuir nos desafios da educação brasileira e amefricana, incentivando a leitura e interpretação dos textos que façam sentido utilizando linguagens próximos e acessíveis. Misturamos literatura de referências femininas e masculinas, de distintas épocas e idades. Um trabalho feito com muito amor por @monicasaraiva.silva e @homoludens3.





Imaginemos um jogo de futsal onde cada jogador(a) traz para a quadra suas ideias e práticas, formando um verdadeiro "time da realidade" da educação popular. Vestindo a camisa Gondwana FC, fazemos parte da Jogada pela Educação.




Ailton Krenak (Itabirinha de Mantena, Minas Gerais, 1953), defende o gol com a sabedoria ancestral indígena, lembrando-nos da importância de viver em harmonia com a natureza. Ele nos ensina que a sustentabilidade e o respeito às culturas originárias são fundamentais para um futuro justo. “E a minha provocação sobre adiar o fim do mundo é exatamente sempre poder contar mais uma história. Se pudermos fazer isso, estaremos adiando o fim” (P. 27)





Antonieta de Barros (Florianópolis, Santa Catarina, 1901-1952) é a craque da educação, pioneira na luta pelo direito à educação para todas as pessoas, especialmente mulheres negras. Ela passa a bola com a sabedoria de quem sabe que a educação é a chave para a emancipação. Ela também ficou conhecida por sua trajetória como escritora e jornalista, atuando em diversos jornais e revistas de Santa Catarina. Defendia a educação e a justiça social e criticava o racismo e o machismo. Foi deputada estadual em dois mandatos, propondo a criação do Dia do Professor e sua celebração em 15 de outubro.





Paulo Freire (Recife, Pernambuco, 1921-1997) é o capitão, sempre incentivando o diálogo e a conscientização. Ele dribla a opressão com sua pedagogia libertadora, mostrando que a educação é um ato político e de amor. Utiliza dentro do campo os recursos para promover diálogos críticos que permitem tomar consciência do contexto para entender o jogo, tomando decisões responsáveis com o coletivo. “A visão da liberdade tem nesta pedagogia uma posição de relevo. É a matriz que atribui sentido a uma prática educativa que só pode alcançar efetividade e eficácia na medida da participação livre e crítica dos educandos”. (P. 4)





Lélia Gonzalez (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1935-1994) é uma atacante que não deixa passar nenhuma oportunidade de denunciar as injustiças sociais. Com sua visão afro-latinoamericana, ela inspira a lutar contra todas as formas de opressão, a visibilização da luta das mulheres negras e indígenas, e a valorizar as raízes culturais.   A presença amefricana constitui marca indelével na elaboração do perfil do chamado Novo Mundo, apesar da denegação racista que habilmente se desloca, manifestando-se em diferentes níveis (político-ideológico, socioeconômico e psicocultural). RIOS, Flavia e LIMA Marcia (orgs). Por um feminismo afrolatinoamericano. 2020 (P. 137)





Djamila Ribeiro (Santos, São Paulo, 1980) é a jogadora que conecta a defesa ao ataque, sempre atenta às dinâmicas do jogo e às necessidades do time. Com sua habilidade de interseccionar diferentes questões sociais, ela dribla o racismo e o patriarcado, criando oportunidades para que todas as jogadoras possam brilhar. ...”todos devem questionar a ausência de pessoas negras em posições de gerência, autores negros em antologias, pensadores negros na biliografia de cursos universitários, protagonistas negros no audiovisual...” (P. 32)





Edgar Morin (Paris, França, 1921) é o estrategista, trazendo a complexidade e a transdisciplinaridade para o jogo. Ele lembra que a educação deve integrar diferentes saberes e promover uma visão holística do mundo, de forma permanente. "O ser humano é complexo e traz em si, de modo bipolarizado, caracteres antagonistas: sapiens e demens (sábio e louco), faber e ludens (trabalhador e lúdico), empiricus e imaginarius (empírico e imaginário), economicus e consumans (econômico e consumista), prosaicus e poeticus (prosaico e poético)." (Morin, 2000, p. 58)





João Batista Freire (Santos, São Paulo, 1948) o professor é o responsável por integrar o corpo dentro dos processos de alfabetização coletiva, inserindo a filosofia da pedagogia do futebol de rua dentro das metodologias de ensino. Ele propõe entender as expressões corporais e o conhecimento incorporando dentro das dinâmicas dos territórios, o chamado “sotaque corporal e intelectual”.  Em Freire (2011) “Assim, temos que admitir que a história de experiências de vida será fundamental para a organização motora e intelectual da criança. Uma história rica em experiências formará bases mais sólidas para a inteligência, para a afetividade ou para a sociabilidade da criança. Por outro lado, uma história pobre levaria a um comprometimento dessas estruturas…” (P. 21)





Carolina Maria de Jesus (Sacramento, Minas Gerais, 1914-1977) é a motivadora, com sua história de luta e resistência. Ela nos inspira a nunca desistir, mesmo diante das adversidades estruturalmente desenhadas para excluir, é possível utilizar a poesia, a música e as artes de maneira geral para promover a liberdade de expressão e visibilizar as reivindicações sociais históricas.  “Quando eu não tinha nada o que comer, em vez de xingar eu escrevia. Tem pessoas que, quando estão nervosas, xingam ou pensam na morte como solução. Eu escrevia o meu diário”.  (P. 169)





Conectar teoria e prática precisa de movimento, organização, mobilização, cultura, generosidade, personalidade para enfrentar desafios, jogar fora da zona de conforto, provocar situações de contato visual e sinergia, aceitar o erro como parte do processo de construção de conhecimento, de diálogo em forma de aprendizagem coletivo, entre outras virtudes que sirvam de recursos para os distintos momentos da vida, seja dentro o fora da quadra.


Considerações finais

Em colaboração com equipes de profissionais das ciências da terra (Geologia), Humanas, Sociais, educadores de diversas áreas do conhecimento, a equipe Gondwana Futebol & Cultura está elaborando uma documentação para distribuir e democratizar o acesso à implementação da Metodologia ABC - Audiovisual, Bola e Câmera, como parte integrante de uma série de ações afirmativas que desenvolvam contribuições para a ciência, combatam preconceitos e estereótipos, para que possamos coexistir globalmente de maneira pacífica, harmônica e em liberdade. É um modelo que se adapta à cultura de cada lugar. Com amor, Mônica e Seba, Gondwana F&C


Conta aí, você gostou? Deixe aqui nos comentários quem você escalaria na próxima convocação?



Marca educadora(e)s que tenham interesse em conhecer em profundidade a pesquisa chamada "Metodologia ABC - Audiovisual, Bola e Câmera: Ferramentas alfabetizadoras em habilidades sociais"



Agradecimento especial a @gabyborges13 por nós incentivar a fazer essa pesquisa e a @sportscolab.co pela Metodologia xCO (conectar, colaborar, construir) para estruturar projetos de base científico humanista.



19 de setembro. Aniversário do capitão do time Paulo Freire.


Dica do Documentário: Gondwana, A Bola Conecta











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